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O Dia do Trabalho, comemorado em 1º de maio, é uma data que remonta às lutas históricas dos trabalhadores por melhores condições laborais e direitos fundamentais. Neste contexto, é importante refletir não apenas sobre as conquistas já alcançadas, mas também sobre os desafios que ainda persistem, especialmente no que diz respeito à inclusão no mercado de trabalho.

Ao criar ambientes de trabalho inclusivos, as empresas não apenas atendem às exigências legais, mas também se beneficiam da diversidade de habilidades, perspectivas e experiências que os funcionários com deficiência trazem. Isso promove a inovação, a criatividade e a produtividade, além de contribuir para uma cultura organizacional mais acolhedora e empática. A inclusão no mercado de trabalho não apenas transforma vidas individuais, mas também fortalece toda a comunidade.

Um desafio da inclusão: a insuficiência da Lei de Cotas

No Brasil, as empresas com 100 funcionários ou mais são legalmente obrigadas a reservar de 2% a 5% de seus cargos para pessoas com deficiência, conforme o artigo 93 da Lei nº 8.213/91, conhecida como Lei de Cotas. No entanto, mesmo após quase três décadas de existência, essa legislação ainda não é totalmente cumprida. As pessoas com deficiência continuam enfrentando diversos desafios no mercado de trabalho.

Samara Andresa Del Monte, jornalista, faz parte da International Society for Augmentative and Alternative Communication (ISAAC) uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo promover o desenvolvimento da Comunicação Alternativa (CA) e a melhoria na qualidade de vida das pessoas com deficiência e com necessidades complexas de comunicação, que experimentam dificuldades significativas de se comunicar por meio da fala. “Estamos cada vez mais nos capacitando, concluindo curso superior, mas o mercado de trabalho não está preparado para receber funcionários com qualquer tipo de deficiência. Ainda é muito difícil encontrar pessoas com paralisia cerebral, principalmente, as que não oralizam mesmo usando os recursos da comunicação alternativa.”

Entre os principais problemas da Lei de Cotas estão a falta de especificidade em relação aos tipos e gravidades das deficiências, o que leva à predominância de contratações de pessoas com deficiência leve. Além disso, muitas empresas não estão preparadas para acolher e integrar efetivamente trabalhadores com deficiência, resultando em ambientes de trabalho pouco inclusivos e adaptados. Samara conta também que um dos maiores desafios encontrados por uma pessoa com deficiência ao tentar se inserir no mercado de trabalho é ter nas empresas acessibilidade e pessoas que possam auxiliar. “Muitas pessoas com deficiência só encontram espaço para trabalhar de home (office) e não participam da rotina da empresa”. 

Luciano de Almeida Moura, Técnico em Marketing, também faz parte da ISAAC Brasil e trouxe um pouco da sua experiência no mercado de trabalho. “Os desafios são desde a falta de acessibilidade física nos locais de trabalho, preconceito e discriminação em processos de seleção, falta de profissionais preparados para a inclusão de pessoas com deficiência nas empresas. Baseado em experiência própria que tive com algumas empresas: sou selecionado em várias etapas, via on-line, mas quando deparam que além da minha deficiência física, também não tenho oralidade, sou eliminado”.

Desafios do trabalho informal para Pessoas com Deficiência

Um dado preocupante revela que mais da metade (55,0%) dos trabalhadores com deficiência está no setor informal, com um rendimento médio real de R$1.860, comparado a R$2.690 para as sem deficiência. Isso significa que essas pessoas estão fora do sistema formal de trabalho, sem acesso aos direitos trabalhistas garantidos por lei, como carteira assinada, benefícios previdenciários e seguro-desemprego. 

Além disso, outros dados também preocupam: a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência foi de 19,5%, comparada a 4,1% entre as sem deficiência. Apenas 25,6% das pessoas com deficiência haviam concluído o Ensino Médio, contra 57,3% das sem deficiência. 

Essa alta taxa de informalidade entre trabalhadores com deficiência destaca a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas para a inclusão no mercado de trabalho. É fundamental que haja um esforço conjunto da sociedade, empresas e governos para promover ambientes de trabalho mais acessíveis, inclusivos e igualitários, onde todas as pessoas tenham a oportunidade de contribuir e prosperar.

Os desafios de quem vive o mercado 

Juliano Augusto Da Costa Rodrigues Peinado, Paratleta, palestrante, comunicólogo e pré-candidato a vereador e também membro da ISAAC Brasil, não acredita que as pessoas com deficiência hoje consigam competir de forma justa no mercado de trabalho, pois as empresas não têm nem ao menos o interesse em fazer os investimentos necessários para realizar adaptações, por exemplo, em seus espaços físicos. “Uma solução seria o home-office, mas não acreditam que nós vamos conseguir realizar o trabalho. Ou uma solução utópica, seria criar espaços financiados pelo poder público e essas empresas, para pessoas com deficiência ficarem, conviverem e trabalharem pessoalmente com cuidadores e acessibilidade com várias empresas e serviços dentro desse local”. 

Para Jamilla Fernanda Macedo Batista, palestrante motivacional, o caminho pela frente ainda é longo e os desafios, árduos. “Apesar dos avanços significativos, ainda enfrentamos diversas barreiras com atitudes preconceituosas, por exemplo: sou cadeirante  formada em letras Português pela UFRN tenho dificuldade motora e na dicção e perguntam a minha mãe como se eu não estivesse presente, se entendo tudo, se escuto. Associam por está em uma cadeira de rodas não tem capacidade de fazer nada”. 

“É preciso que as empresas se comprometam em realizar capacitação para receber funcionários com deficiência conforme sua área e à formação profissional adequada no ambiente de trabalho. Há falta de Tecnologias Assistivas adaptados que não estão disponíveis, limitando o acesso ao trabalho. Se toda a sociedade através de ações conjuntas, contribuíssem, poderíamos construir um futuro mais justo e inclusivo para todos”, completa Jamilla.

Como o Colibri pode ser uma ferramenta para a inclusão

Liliane Cláudia, especialista em acessibilidade na Accenture, contou um pouco sobre a sua experiência no mundo da tecnologia atuando como uma pessoa com deficiência que encontrou dificuldades ao longo da sua carreira. “Eu atuo desde 2019 no mercado de trabalho formal, carteira assinada, e trabalho em consultoria de design. Eu comecei como designer de produto, usando ferramentas de design para prototipar interfaces, para criar fluxos de experiência do usuário, e eu tinha muitas dificuldades de atuar no meu trabalho, por conta das ferramentas não serem compatíveis com as minhas tecnologias assistivas”. Hoje, Liliane trabalha diretamente com treinamentos sobre tipos de deficiência e orientações para equipes de design aplicarem e implementarem diretrizes de acessibilidade. “O Colibri, ele não tá só no meu trabalho profissional, assim, no meu dia-a-dia de trabalho, como na minha vida cotidiana”, contou Liliane. 

O Colibri é um mouse de cabeça inovador que oferece soluções tecnológicas para promover a inclusão de pessoas com deficiência em diversos ambientes, incluindo o mercado de trabalho. Com recursos avançados de acessibilidade, o Colibri torna o computadores e celulares mais acessíveis para pessoas com deficiências motoras já que permite uma autonomia muito maior do seu usuário.

O mouse de cabeça permite a personalização de acordo com as necessidades individuais de cada um, oferecendo uma experiência adaptada e inclusiva. Com opções de configuração flexíveis, é possível ajustar o ambiente de trabalho de acordo com as preferências e capacidades de cada pessoa, garantindo sua plena participação e produtividade. 

Ele permite que seu usuário adapte as configurações do cursor da maneira que preferir, ajustando sua velocidade e seu movimento pela tela para melhor servir ao seu propósito. Para Liliane, por exemplo, o Colibri foi muito útil com o movimento de cabeça. “Eu uso muito o Colibri para a interface mobile e se não tivesse o Colibri, eu não ia ter esse acesso ao mobile porque eu já testei outras tecnologias assistivas e como o meu movimento de cabeça é mais ágil, eu consigo configurar a rapidez de controle do cursor que o Colibri coloca na tela para mim. E eu preciso dessa rapidez porque eu tenho um movimento de pescoço bem ágil. As outras tecnologias assistivas que eu experimentei em mobile são mais lentas, não tem uma configuração, uma personalização da experiência mais adequada para o meu tipo de necessidade. Então, o Colibri, eu me adaptei muito a isso por conta da personalização que eu posso fazer no controle do cursor”. 

Marcelo Cunha, tetraplégico desde 1991 em função de um acidente de mergulho, também utiliza o Colibri na sua carreira bem sucedida como artista plástico, palestrante, publicitário e escritor. “Os limites físicos não me impediram de desfrutar de importantes realizações. Ao longo dessas conquistas, a utilização da tecnologia foi imprescindível”, ele contou. “Dessa forma, a funcionalidade do Colibri, além da otimização do meu tempo, me permitiu usufruir de incontestável facilidade na condução do meu trabalho e em minhas pesquisas. Através dessa liberdade posso acessar e promover uma ampla interatividade nas minhas redes sociais, e isso, pela autonomia para editar e compartilhar os meus vídeos”. 

Ao fornecer ferramentas acessíveis e adaptadas, o Colibri promove a inclusão no ambiente de trabalho, criando oportunidades iguais para todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou limitações. Isso contribui para um ambiente de trabalho mais diversificado, inclusivo e acolhedor, onde todas as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas.

Colibri

Inovando em acessibilidade digital, a startup brasileira Colibri Interfaces e Tecnologia amplia o potencial das pessoas com deficiência por entender o ser humano acima da tecnologia.

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